Natal, dia 25 de dezembro de 2013, acordamos ansiosos, ou mal dormimos, hora de pegar estrada!
Moto preparada com as malas, abastecida e revisada nos esperava na garagem para mais uma aventura. Minha segunda Expedição, uma programação de 12 dias pelo sul do Brasil até o Uruguay.
Saímos de Ribeirão Preto interior de São Paulo e seguimos até a cidade de Castro/PR. Uma pequena e acolhedora cidade, fundada no ano de 1778, é o terceiro município mais antigo do estado do Paraná.
Foi caminho obrigatório para os tropeiros que iam de Viamão até Sorocaba e possui o primeiro Museu do Tropeiro do Brasil, segundo o Wikipédia. Até cruzamos com alguns tropeiros na estrada.
Ficamos hospedados no Hotel Buganville, que fica em frente a praça central da cidade, é antigo mas acomoda bem e tem um ótimo café da manhã.
No dia seguinte seguimos rumo a cidade de Rio Azul/PR, onde ficamos hospedados na Pousada Villa Vitória de um casal de amigos, a Regina e o Marquinho. O lugar é lindo, são chalés individuais, alguns com lareira e uma recepção muito carinhosa. Além disso foi o ponto de encontro do grupo, composto por 6 motos e 11 pessoas.
Uma curiosidade da cidade de Rio Azul/PR é que todo o queijo utilizado nos lanches do MC Donald são produzidos lá, e se não me falha a memória são 38 mil Kilos a cada dois dias, informações fornecidas pelo Marquinho da Pousada Villa Vitória.
Hora de continuar, acordamos bem cedo, rumo a Santa Catarina na região da Serra do Rio do Rastro, nosso destino era Urubici/SC, mas fomos até a Serra somente pelo prazer de descer e subir uma das Serras mais famosas entre os motociclistas.
Passamos por situações atípicas segundo alguns do grupo que já conheciam a Serra do Rio do Rastro, muito transito, carros e caminhões, uma situação bem desconfortável, mas valeu, pela Serra realmente é linda!
Uma parada somente para dormir em Urubici/SC e seguir bem cedo no dia seguinte para Caxias do Sul/RS, onde já tínhamos um passeio programado com uma agência local. Chegamos a Caxias do Sul por volta de 12:00 hs, deixamos as malas e os equipamentos e fomos passar a tarde na região, aproveitando o período do Natal Luz e as festividades de final de ano.
A primeira parada foi na Vinícola e Cantina Tonet, onde tivemos o prazer de almoçar uma sequência tradicional do sul, que começa com uma salada de folhas, segue para a sopa de capeletes, polenta frita, massas, galetos…regado com vinho tinto, fantástico. E a recepção foi ao som de uma sanfona – ou seria uma acordeon? – e dois senhores pra lá de animados e gentis.
Após esse farto e delicioso almoço, continuamos, passando por Nova Petrópolis, Canela e Gramado, focando nos pontos turísticos. A incrível variedade de flores, a Igreja, a programação de Natal e fábrica de chocolates, respectivamente.
Assistimos a apresentação que acende as luzes de Natal em Gramado/RS, na praça da Igreja de Pedra, e já anotei voltamos para Caxias do Sul/RS, onde ficamos hospedados em um hotel muito confortável e ótima estrutura de quartos e café da manhã.
Enfim, hora de cruzar os pampas gaúchos, com seu angus e red angus e chegar em território Uruguayo! Não tivemos nenhum problema na Aduana, muito pelo contrário foram muitíssimo simpáticos, o engraçado é que a aduana não fica na rodovia, é necessário perguntar e se informar para encontrá-la.
Atenção motociclistas, existe uma lei que é obrigatório a utilização de coletes refletivos no Uruguay.
A primeira cidade foi Minas del Coralles/UY, quase um povoado, com uma população de aproximadamente 5 mil habitantes, ficamos no único hotel, o Artigas, bem típico do interior do Uruguay.
Simples, mas com ar-condicionado e uma piscina bem gostosa, aproveitamos para relaxar na água, saboreando uma cerveja Patricia enquanto Sr.Vitor preparada uma parrilla (churrasco feito na brasa) para o jantar.
Para falar a verdade foi um dos lugares que mais gostei, um refúgio. E não estávamos sozinhos nos aventurando, conhecemos um casal de brasileiros nesse hotel, eles estavam viajando em família – o casal, o filho de 4 aninhos e o bebe de 5 meses na barriga dela – O Julio e a Van.
A cidade abriga um dos mais importantes monumentos arquitetônicos da América Latina – as ruínas da USINA CUÑAPIRÚ – que foi a primeira usina de energia hidrelétrica do continente americano, que entrou em funcionamento ainda no século XIX (Wikipédia). A turbina da Usina fica em uma parte do canteiro central da única avenida e também acesso de Minas de Coralles.
Agora o destino é Colonia Del Sacramento/UY, local que escolhemos para passar o réveillon e fazer dois dias de parada.
Uma ótima alternativa por várias razões: é um Museu a céu aberto, as ruas, as casas, os monumentos históricos, é rodeada pelo Rio de La Plata, ou seja, tem praia de água doce e está a 30 minutos de Buenos Aires/AR utilizando o Buquebus.
Cidade marcada pela disputa entre portugueses e espanhóis, um dos símbolos mais evidentes desse período é o farol, parte construído de pedra, parte de tijolos, tipos de construções típicas de cada povo na época.
Nos hospedamos no Hotel Beltran na região central, fizemos parte dos pontos turísticos a pé e parte em um carrinho de Golf que alugamos.
No primeiro dia de 2014, seguimos para Montevidéu/UY.
A programação foi passear em Punta Del Leste e Piriápolis, ambas litoral uruguaio e retornar a Montevidéu para se hospedar, devido as altas tarifas de Punta.
E foi o que fizemos, almoçamos em Piriápolis – litoral 20 km de Punta Del Leste – em um restaurante fantástico, do Daniel, o La Cueva del Sapo, o prato agradou geral, foi uma sugestão da casa – Linguado com batatas!
Seguimos para Punta, primeira parada Casa Pueblo – é a antiga casa de verão do artista uruguaio Carlos Páez Vilaró e é agora uma cidadela–escultura que inclui um museu, uma galeria de arte e um hotel chamado Hotel Casa Pueblo que fica dentro da estrutura. Apenas uma foto, não tivemos tempo de entrar nas instalações.
Contornamos toda a orla de Punta, passando pelo famoso Cassino e Hotel Conrad, pelos Cruzeiros, e paramos em um dos pontos mais disputados, a Mão na areia – Los Dedos Playa Brava.
Voltamos para Montevidéu onde nos hospedamos no Hotel Lafayete, muito bom, quartos imensos, tem um bar com pratos à la carte, uma estrutura legal, mas tem que ficar atento, pois a localização é perto da região portuária, e por ser uma metrópole é como estar na cidade de São Paulo.
Hora de retornar.
Devido ao período, dezembro, auge do verão, esse foi nosso último dia de sol, o que alias estava insuportavelmente quente, a partir desse momento foi chuva contínua. Passamos pelo Chuí/RS com muita chuva, até a Pousada Beija-Flor no Rio Grande.
No dia seguinte optamos por fazer uma parte do percurso de balsa, porque com isso saímos no inicio da BR 101 e seguimos para Florianópolis/SC, não foi uma decisão de sucesso, a balsa é desorganizada e acabamos perdendo muito tempo, chegamos bem tarde em Florianópolis.
No dia seguinte o grupo se dividiu, parte retornou ao seu destino, parte resolveu ficar mais um dia. Nós, fizemos Florianópolis/SC – Ribeirão Preto/SP cortando pela Serra da Macaca na região de Sorocaba, enfim foram 1.200 km em um dia, mas, chegamos para dormir no aconchego de casa.
Veja mais fotos na galeria Uruguai
Ao grupo, obrigada pela companhia, a viagem não é composta somente pelos lugares e paisagens, e sim pelas pessoas que estão ao nosso lado. E ao meu amado Alex, obrigada por me proporcionar esses momentos tão grandiosos e inesquecíveis.
Valeu!
GraBarros